27 de out. de 2008

Tá pensando que babado é bico?

Sabe aquela experiência pela qual você espera nunca ter que passar na vida? Uma daquelas que você tem certeza de que tão cedo não vai esquecer?
Pois é exatamente uma dessas que vou compartilhar com você, querido internauta.
Acontece que, por uma desventura do destino, me encontrei nessa situação, no mínimo, angustiosa. Tempo fechado, trabalho importante, táxi atrasadíssimo e os ponteiros do relógio ( o meu carrasco até então ) correndo sem piedade.

Eis que, de repente, avisto a possível solução pra todos os meus problemas daquela tarde: Um ônibus que iria exatamente em direção ao meu destino. Eu até hesitaria em entrar, não fosse o fato de que, no momento em que aquelas enormes portas azuis abriram exatamente na minha frente, eu quase pude escutar uma voz que berrava no meu ouvido: “Vai, minha filha! Sobe!”. E foi o que eu fiz, sem ter muito tempo pra pensar, me enfiei nomeio da gente toda que estava lá dentro, uma multidão, diga-se de passagem.
Aos poucos fui tentando encontrar a melhor posição dentro do ônibus lotado, o que não foi nada fácil, considerando a bolsa no ombro, as pastas numa mão, carteira na outra, o cabelo que insistia em cair no rosto e um salto agulha de dez centímetros sobre o qual eu tentava, sem muito sucesso, me equilibrar entre uma curva e outra.
Num gesto quase que ‘malabarístico’, consegui retirar o dinheiro da carteira e pagar a tarifa ao cobrador. Entre viradas e reviradas, finalmente eu consegui atravessar a catraca com a tralha toda, o que foi uma grande vitória, já que a bolsa teimava em querer ficar pra trás. Ótimo, acabava de vencer a primeira etapa da minha missão, que àquela altura já estava mais pra missão impossível. Agora, só o que eu tinha que fazer era chegar mais próximo à porta da frente do ônibus. Fui me esquivando, retorcendo, curvando e, conforme me embrenhava no meio da multidão de passageiros, percebi que quase não havia mais necessidade de me segurar, afinal, pra onde eu cairia, meu Deus?

Alguns quinze minutos de viagem depois, eu só conseguia pensar em uma coisa: “Ninguém nunca cogitou sobre a colocação de bancos reservados pra pobres mulheres de salto em dias de ônibus lotado?”.
E como pouco infortúnio é bobagem, entre os empurrões e puxões, pisões e cotoveladas da muvuca, ainda parece um daqueles espertinhos gordos, peludos, suados, fedorentos e abusados tentando tirar proveito da situação! Mas isso é história pra uma outra vez.
De repente, olhando por uma das janelas, por entre as dezenas de cabeças que estavam na frente, a visão maravilhosa do grande e maravilhoso prédio azul! Nem preciso dizer que, num já, o sinal do ônibus foi acionado e, mal as grandes portar voltaram a abrir, eu já estava fora da “câmara de tortura”.
“Oh! Gracias! Pôr um pé no céu deve ser bem parecido!”.
Entrando no edifício, tratei de fazer imediatamente a primeira parada obrigatória de toda mulher, ao toilet! Em cinco minutinhos eu torno a sair, penteada, perfumada, arrumada e, depois de umas boas tapas na maquiagem, estava até com um arzinho de frescor. Saí no meio dos corredores saltitante e bem faceira, fiz o que tinha que fazer, como se nada tivesse ocorrido e, tendo recobrado totalmente a compostura, voltei pra casa. Nem preciso dizer que esperei o táxi dessa vez, não é?
“Já tive mais que minha dose diária de ônibus + salto alto só hoje”.
Depois vem neguinho me dizer que ser mulher é muito fácil!
Rainha de Ouros ♦

6 comentários:

  1. Adorei!
    O texto ta supimpa, a foto hilária!
    ser mulher é realmente dificil, num duvido nada.
    Mas também tem suas vantagens, não são muitas, mas são boas! se bem que prefiro ficar como estou..... rsrrsrsrrsr!!!
    adorei a postagem mesmo! você tem futuro no ramo literário!
    Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. você tem realmente futuro literario!

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  3. É bonita, salto agulha é necessário sempre e se equilibrar nele às vezes é complicado.
    Força na peruca ;) Hehehe
    Adoro essa foto ;*

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. kkkkkkkkkkkkkkkkkk
    adoro esta foto e adorei o texto,pois já passei por isso,não foi tão legal lembrar desta situação.

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  6. Li esperando que algo extraordinario iria acontecer, e... nada! nada de nada! Disse, disse e não teve nada a dizer. Não mostrou a que veio. E daí, o que teve demais?

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